Indicados do Troféu Açorianos melhor dramaturgia 2012


Saiu a lista dos indicados para o Troféu Açorianos, melhor dramaturgia 2012. Depois de muitos anos sem inscrever nenhum trabalho meu neste prêmio, voltei a faze-lo com Beckett-Biom: Gêmeo Imaginário. E os indicados foram: Antonio Costa Neto por O Bom, o Mau e sua Esposa. Toninho tem um longo percorrido pelo teatro e é autor de A Verdadeira História de Édipo Rei, um dos grandes sucessos de público e crítica dos anos 80. Publicitário de profissão, morou (ou ainda mora) em na Flórida. Celso Zanini, Filipe Rossato, Kalisy Cabeda e Philipe Philippsen por Incidente em Antares que sob a direção de Inês Marocco repete o sucesso do Sobrado sobre a obra de Érico Veríssimo. 

Diones Camargo por Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues. Pode-se dizer que Diones é o mais legítimo representante da nova dramaturgia, de um talento impressionante e absolutamente ligado as novas tendências do teatro mundial.
Patrícia Fagundes e Zé Adão Barbosa por Coração Randevú. A Patrícia Fagundes, na minha visão, uma diretora de personalidade e proposta e que investe junto com Zé Adão Barbosa na dramaturgia. Zé Adão, nem seria necessário falar quem ele é, mas como quem lê este blog não é necessariamente um experto em teatro, afirmo que Zé Adão é um mestre. Formou centenas e centenas de ótimos atores e, no palco, deu vida a o que de melhor já se assistiu nesta cidade. Além, é claro, de esnobar a Venus Platinada. 
E eu por Beckett & Bion – Gêmeo Imaginário. Semana passada veio a Porto Alegre um grande psicanalista brasileiro, estudioso de Bion e uma das maiores conhecedores da obra de Samuel Beckett, Luis Carlos Ochoa Junqueira. Veio trazido pela trama e pela amizade com Aldo Durte, outro importante psicanalista de Porto Alegre, pessoa de uma generosidade impar. Junqueira falou que esta peça, Beckett-Bion, teria uma difícil compreensão não só no Brasil, mas também no mundo, essencialmente devido a grandiosidade e complexidade das vidas dos dois. A afirmou que era um evento extremamente cult o que estávamos fazendo em Porto Alegre. A história da análise de Samuel Beckett com Wilfred Bion, tema da peça foi um e evento de de fato ocorreu e nunca foi encenado em lugar algum do mundo.
Por isso, fiquei feliz de ser indicado e honrado pela parceria. É bom estar entre jovens dramaturgos inventando suas novas histórias. É bom Toninho Neto na lista. E mais que tudo, é bom ter o Zé Adão Barbosa ao lado. A juventude deles combina com meus trinta e cinco anos de teatro.  Me sinto bem de estar, depois de tudo, ainda no circuito. 
Parabéns a todos, qualquer um de nós que ganhar, mereceu.
E quem não ganhar, já ganhou, porque estamos contando a história da dramaturgia.



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